A História dos SIG
A idéia de representar mapas sob a forma de níveis de informação sobrepostos, de modo a se tentar relacionar espacialmente (ou geograficamente) os objetos ali representados data de épocas muito anteriores ao desenvolvimento dos computadores.
Por exemplo, mapas da Batalha de Yorktown (Revolução Americana) desenhados pelo cartógrafo francês Louis-Alexandre Berthier eram formados por overlays mostrando a movimentação das tropas. Ou ainda o "Atlas do Segundo Relatório dos Ferroviários Irlandeses" datado de meados do Século XIX, que mostrava dados populacionais, fluxo de tráfego, geologia e topografia superimpostos a um mesmo mapa-base.
Mas dentre as diversas aplicações da cartografia nos mais variados campos do conhecimento, o estudo considerado pioneiro do uso de GIS e da análise espacial foi realizado pelo Dr. John Snow, um infectologista britânico que estava estudando a distribuição dos casos de cólera no centro de Londres em 1854. Ao plotar em um mapa-base da cidade os endereços dos pacientes infectados, o Dr. Snow notou uma estranha distribuição das ocorrências, que estavam agrupadas em torno de uma cisterna. Uma vez lacrada a cisterna pôs-se fim à epidemia.
No início da década de 1960 diversos fatores motivaram uma mudança na análise cartográfica, principalmente o desenvolvimento da computação: avanços no hardware, especialmente no ramo da computação gráfica, aliados ao desenvolvimento de teorias dos processos espaciais na geografia social e econômica, antropologia, e uma crescente preocupação com problemas sociais e ambientais levaram ao surgimento de diversas técnicas de análise.
Definições de SIG
Existem diversas definições para SIG é difícil definir qual delas é mais precisa, ou mais correta, e provavelmente todas representam bem o nosso objeto de estudo.
A ESRI define um SIG como um sistema que combina layers (níveis de informação) de um lugar de modo a fornecer-lhe uma melhor compreensão sobre este lugar. A escolha dos layers a serem combinados depende do propósito: encontrar o melhor local para uma nova loja, analisar danos ambientais, observar crimes similares em uma cidade para detectar padrões, e assim por diante.
Segundo a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), o SIG é um sistema de hardware, software e dados que facilita o desenvolvimento, aprimoramento, modelamento e visualização de dados georreferenciados multivariados (vários layers).
Gilberto Câmara define o SIG como "As ferramentas computacionais que, permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados geo-referenciados. "
Mas pra quê usar o SIG?
Embora alguns exemplos do uso dos SIG possam ser encontrados nas definições, serão listadas aqui algumas tarefas às quais os SIG se propõem executar.
Organização de dados: armazenar dados de modo simplificado, a pronta recuperação dos dados, a possibilidade de se produzirem cópias sem perda de qualidade, etc.
Visualização de dados: a possibilidade de selecionar apenas os níveis de informação desejados.
Produção de mapas: em geral os SIG possuem ferramentas completas para a produção de mapas, tornando bastante simples a inclusão de grades de coordenadas, escalas gráfica e numérica, legenda, norte e textos diversos, sendo muito mais indicados para a cartografia do que os simples sistemas CAD.
Consulta espacial: A possibilidade de perguntar quais as propriedades de um determinado objeto, ou em quais lugares tais propriedades ocorreriam, torna a interação entre o usuário e os dados extremamente dinâmica e poderosa.
Análise espacial: Conjunto de técnicas de combinação entre os níveis de informação, de modo a evidenciar padrões.
Previsão: um dos propósitos do SIG é o de verificação de cenários, modificando-se os parâmetros de maneira a avaliar como os eventos, naturais ou não, ocorreriam se as condições fossem diferentes.
A característica dos SIG de trabalhar com dados espaciais (uma posição geográfica definida) e não-espaciais (seus atributos: propriedades e valores) implica que o usuário deve ter conhecimento das ferramentas de desenho (parte gráfica) e de tabelas e relacionamentos (banco de dados).
Referências:
Rodrigo Nóbrega. Disponível em: http://www.gratisweb.com/arcgis/index.htm Acessado 11/02/2011
Gilberto Câmara, Clodoveu Davis e Antônio Miguel Vieira Monteiro. Introdução à Ciência da Geoinformação. Disponível em http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/
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